Nestes períodos de final de ano, onde o espirito natalino contagia a maior parte das pessoas, em que as luzes, a alegria nos convidam a intensificação do convívio, do contato pessoal e social, onde a comemoração do nascimento de Cristo nos estimula a ver o próximo com mais solidariedade e afeição, é que o desejo de partilhar, de distribuir um pouco do que temos se acentua.
Desta forma, se multiplicam as ações promovidas por entidades, igrejas, associações, grupos culturais, famílias , no sentido de angariar bens, presentes, alimentos, para propiciar para aqueles menos favorecidos um natal mais alegre e feliz.
Mesmo sabendo que estas atitudes são paliativas, são efêmeras, temporárias, elas amenizam muitas vezes o sofrimento de muitas pessoas, e ao mesmo tempo demonstram o bom coração daqueles que se prontificam a agirem na coleta e distribuição de alimentos, roupas, remédios, presentes.
Nao há duvida que isto se constitui em um bom habito , atraves do qual relembramos um pouco os ensinamentos cristãos no tocante ao desapego, a necessidade de demonstrarmos preocupaçao e amor pelo proximo.
O saudoso Rildo Costa, era mais ambicioso, ele almejava implantar um programa em Cerejeiras que pudesse ser referencia no Estado de Rondônia e talvez do pais, onde a meta era inicialmente eliminar a miséria na população do município, depois atenuar focos de pobreza, e inserir muitas pessoas no mercado de trabalho, elevando a renda das famílias e por consequência sua qualidade de vida.
O projeto que seria tocado em conjunto por toda a sociedade, é totalmente viavel, pois se iniciaria com a identificaçao das familias de pouca ou nenhuma renda existentes no municipio.
Isto feito, o primeiro passo seria analisar o enquadramento da situação delas em algum beneficio previdenciário ou social, o que desta forma já retiraria toda a família da miséria.
Em um segundo passo, ultrapassada a primeira verificação, seria identificados os cadastramentos junto aos programas oficiais.
Superadas estas duas etapas, as pessoas remanescentes e que tivessem saúde e condições de trabalho, seriam encaminhadas para programas de especialização conforme os dons e tendências de cada uma delas. Assim poderiam ser identificados, pedreiros, eletricistas, encanadores, jardineiros, diaristas, motoristas, padeiros, etc, etc,
Em outra etapa seriam organizadas associações, que disponibilizariam mão de obra para determinada tarefa, por exemplo, quem precisasse de uma diarista, de um jardineiro, de uma lavadeira, de um chapa, de um pintor, poderia acessar o grupo de Whatsapp formado por pessoas com aquele perfil e dispostas a trabalhar e assim trazer ocupação e renda para seus membros.
Na ultima etapa, seria constituída da criação de atividades econômicas que aproveitassem estas pessoas , por exemplo, em vez de somente prensar e triturar o material a ser reciclado, instalar processos mais simplificados de reciclagem dentro do município.
Ou criarem hortas com estufas para a produção de alimentos a serem adquiridos pelos mercados locais.
Ao mesmo tempo seria elaborado um projeto habitacional destinado a garantir a casa própria para todos aqueles que ainda não possuíam o seu cantinho para morar.
Este projeto denominado de integrar para somar, também tinha preocupação com a eliminação do analfabetismo em Cerejeiras.
Cerejeiras já é um exemplo em muitos aspectos, e o sonho do Rildo Costa pode e deve ser realizado, dai porque as autoridades, de todos os poderes, legislativo, judiciário, executivo, Defensoria Publica , Ministério Publico, OAB, Conselhos de Classe, entidades sociais, maçonaria, Lions, Sindicatos, Igrejas, poderiam levantar esta bandeira, e quiçá, em alguns anos, nossa cidade teria orgulho de ser uma comunidade sem miséria.
