Sábado, Novembro 23, 2024
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Sobre a requisição via decreto do Hospital Cooperar pelo prefeito de Vilhena

Já estive internado no Hospital Regional de Vilhena uma vez, ainda na década de 1990. Meus dois filhos nasceram lá também. Por isso, quero deixar muito claro que sou solidário à situação do Hospital Regional de Vilhena e fico condoído pelas condições em que muitos pacientes estão sendo submetidos nos últimos tempos naquela unidade hospitalar.

No entanto, não posso concordar com a atitude do prefeito Flori em requisitar, via decreto, as instalações do Hospital Cooperar, idealizado pela diretoria da Sicoob Credisul e construído pelos esforços de uma multidão de gente do bem que estão doando todos os meses para a construção daquele importante complexo hospitalar.

A atitude do prefeito corrói a credibilidade do município como sendo um local propício para se investir, uma vez que qualquer propriedade privada poderá ser requisitada para resolver os desarranjos dos serviços públicos.

Já foi dito muitas e muitas vezes que o Hospital Cooperar iria atender pessoas pelo SUS, essa sempre foi a intenção declarada e divulgada pelos idealizadores do hospital. Foi dito e redito também que o Hospital Cooperar poderia desafogar em até 20% o próprio Hospital Regional de Vilhena.

Sim, o Hospital Cooperar é uma instituição privada, mas os idealizadores desta instituição têm forte orientação filantrópica, haja vista que estão envolvidos no cooperativismo. Nos tempos da pandemia, a Sicoob Credisul doou respiradores, materiais de vacinação e houve até esforços para conseguir vacinas para a população.

A fala do prefeito de que o Hospital Cooperar é “hospital de ricos” não leva em conta que a maioria das pessoas que pagam o plano de saúde Unimed são trabalhadores de diversos setores, com muito esforço e sacrifício.

O Hospital Cooperar atenderia um total de quase 300 mil pessoas do Cone Sul de Rondônia (incluindo Cerejeiras) e do Meio Norte do Mato Grosso.

Essa atitude do prefeito, que parece ser mais um arroubo populista, com certeza trará mais coisas negativas que positivas.

Tenho quase certeza que o prefeito não procurou ajuda com os diretores do Hospital Cooperar. Ao que parece, tudo se resolve no decreto, na força da lei, especialmente quando o Sistema Judiciário se repousa no recesso de Carnaval.

Dentre tantas coisas que este episódio demonstra é que a principal doença do Brasil é esta: o que não funciona quer parasitar o que funciona! Se o poder público não consegue manter um hospital, então é só tomar de quem consegue!

Este tipo de atitude só corrói a credibilidade das instituições públicas, causa desânimo nos investidores e afugenta os empreendedores.

A doença provocada pelo remédio será muito maior que a doença que pretendia curar.

rildo
rildohttps://noticiasdecerejeiras.com.br
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