Portador de uma Cardiopatia congênita grave, viveu cada dia como se fosse o único, mas também como se fosse viver para sempre.
Esta reportagem contempla um breve histórico da realizou tanto quanto se tivesse vivido cem anos.
Rildo Albino da Costa, nasceu em 26 de junho de 1979 no distrito de Alto Alegre, município de Resplendor no estado de Minas Gerais. Ainda na infância, seus pais mudaram-se para o Mato Grosso, município de Reserva do Cabaçal, mais tarde, já no final dos anos 1990, escolheram viver em Rondônia, município de Santa Luzia, onde seus pais residem até hoje.
Mesmo com todas as limitações, ainda jovem, Rildo veio pela primeira vez a Cerejeiras para cursar Teologia, no seminário Jardim do Éden, na época idealizado e coordenado pelo pastor americano Richard Shaffer. Foi nesse mesmo tempo que devido a saúde debilitada, teve que sair do curso antes da conclusão. Alguns meses mais tarde, ele que já tinha uma veia empreendedora, foi morar em Corumbiara (1999), e junto com um amigo, abriu uma “Lojinha de R$ 1,99”. Foi sua primeira experiência frustrada, mas como ele dizia “aprendi algo com isso”.
Alguns anos mais tarde, sua enfermidade se agravou e ele precisou ser internado por onde passou 31 dias na UTI em Cuiabá, e sua mãe ficou ao lado dele o que deu forças para recuperar e sair daquela situação.
Mais tarde ainda, já em 2009, Rildo passou no vestibular para a faculdade de Jornalismo pela Unir em Vilhena, lugar em que se realizou como estudante e se destacaria como profissional da escrita. Mesmo como estudante, não deixou de cumprir seu compromisso como Evangelista que, até então, na congregação da Igreja Batista em Santa Luzia do Oeste, onde era membro e dirigente, todos os finais de semana se deslocava de Vilhena a Santa Luzia, perfazendo essa rotina, até vir morar em Cerejeiras, após o casamento.
Em 2010, ainda na faculdade, pela internet, conheceu a jovem Kátia Souza, também estudante que cursava Letras Português na Unir em Porto Velho. Surgiu uma bela amizade em que em troca de mensagens pelo antigo “Messenger” falavam de assuntos diversos, como “coisas do Reino de Deus”, “evangelização de Estudantes”, “futuro” e por último, “família”. Foi daí que surgiu um relacionamento à distância, do qual culminou-se mais tarde, em casamento.
Família
Após seu casamento, em dezembro de 2011, Rildo que fora convidado pelo então Pastor da Primeira Igreja Batista em Cerejeiras Gelson da Conceição, para trabalhar como Evangelista e auxiliar nas congregações, veio morar em Cerejeiras cidade da qual ele adotou para morar e nunca mais sair.
Nesse tempo, ainda estava na fase de conclusão da faculdade, dedicou-se exclusivamente ao Ministério de Evangelização e aos estudos. Para complementar a renda familiar, realizava alguns freelancer para o Jornal Folha de Vilhena, mais tarde ao Folha do Sul, do qual trabalhou praticamente uma década.
Em 2013, recebeu a grande notícia de que seria pai pela primeira vez de um menino, do qual ele escolheu o nome Lorenzo. Com o nascimento de seu filho em 2014, muita coisa mudou, passou além de trabalhar como evangelista na igreja, agora já num ritmo mais lento, a dedicar-se mais a profissão de Jornalismo, e por fim, após a visita de uma amiga de Porto Velho, que trabalhava em Marketing, despertou-se pela área, e resolveu dar continuidade aos estudos, no curso “Tecnologia em Marketing” pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, curso à distância, e realizava as provas em Porto Velho. Foi outro grande desafio, mas ele não desistiu.
Outra curiosidade, que talvez alguns não saibam é que Rildo era autodidata, aprendeu a ler e falar inglês praticamente sozinho. Ouvia aquelas aulas em fita cassete, muito antes da era da informática, e chegou a trabalhar como professor da língua estrangeira no CCAA, isso ainda quando solteiro.
Um conselho aos jovens
Peço a licença dos leitores para falar com os jovens desta geração que não existe desculpa para quem quer buscar conhecimento. Desde que conheci Rildo, Ele nunca parou de estudar e praticar o que aprendia. Em 2013 concluiu Jornalismo pela Unir, 2015 iniciou sua segunda graduação como tecnólogo em Marketing e concluiu em final de 2018, e já em 2018 iniciou especialização em MBA em Gestão, Empreendedorismo e Marketing, pela PUC – Rio Grande do Sul, mesmo com todas as limitações de saúde das quais enfrentava, ele nunca deixou de sonhar e realizar.
Continuando…
Como profissional, revolucionou em sua área, Cerejeiras passou a ser conhecida pelas suas potencialidades, tanto no Agronegócio quanto no empreendedorismo na cidade.
Com um olhar além dos demais, como escreveu em seu site, Elizeu Evangelista “… era jornalista e gostava de escrever com sua leveza e inteligência sensíveis habituais. Mas para ele, jornalismo era trabalho, marketing era prazer, sua vida – espécie de ‘sangue’ que corria em suas veias, coração e cérebro”. Ainda no portal eletrônico Gazeta Rondônia, Rildo passou a divulgar sua coluna #InvesteCerejeiras, em que abordava temas relevantes da região, tais como: Turismo, Agronegócio, Empreendedorismo, dentre outros temas de crescimento da região.
Cooperativismo
Era amante do Cooperativismo, do qual viveu os últimos anos dedicando-se a estudar e divulgar a importância do mesmo na região do Cone Sul de Rondônia. Fez parte da Cooperativa de Crédito SICOOB CREDISUL E COPAMA. Colaborava também com a divulgação das atividades da Associação Comercial e Industrial de Cerejeiras- ACIC e Sindicato dos Produtores Rurais de Cerejeiras, Pimenteiras e Corumbiara.
Nesta terça-feira, 14 de março de 2023, já internado no Hospital dos Acidentados ele se despede de sua família. “Rildo viveu por um milagre, a medicina dizia que ele não passaria dos 3, 4 ou 5 anos de idade”, relatou o pai ainda no hospital, logo após a morte do filho.
Foi intensamente homenageado pelas redes sociais e em culto Fúnebre que se realizou na Primeira Igreja Batista em Cerejeiras.
Legado
O legado está no carinho, depoimentos, inspiração, oportunidades, propostas de negócios direcionada a cidade, direta e indiretamente, tanto na vida pessoal, profissional e espiritual, pois a partir dos depoimentos vimos como ele servia de inspiração aos colegas com quem convivia e/ou por onde passava. Como esposa vejo o quanto ele dedicava-se ao seu projetos pessoais e profissionais. Ouvir e ver pessoas que mandaram e expuseram suas redes sociais confirma o que ele sempre desejou enquanto estava entre nós, pois ele objetivava por uma coisa: promover o desenvolvimento da cidade e região o tempo em que aqui viveu.
Amigos e familiares relataram o quanto aprenderam com Rildo em suas pregações, participações em palestras e eventos, com seu testemunho Cristão o qual vivia com sua esposa e filhos, deixando assim um legado a ser seguido.
Por Kátia Souza Corrêa da Costa, esposa e mãe de seus filhos.
Rildo Albino da Costa
Rildo Costa se despede desta vida deixando um grande legado na Comunicação em Cerejeiras
