Sábado, Novembro 23, 2024
InícioCapaPor que o produtor de Cerejeiras recebe menos pela soja que o...

Por que o produtor de Cerejeiras recebe menos pela soja que o de Mato Grosso? E qual seria a solução?

Fato irrefutável é a consolidação do Cone Sul de Rondônia como sendo polo de expansão e de crescimento do plantio de grãos, situações que manifesta contínuo crescimento, sendo que a utilização de fina tecnologia e de recursos para melhoria do solo e das condições de plantio e colheita tem resultado em excelentes índices de produtividade.

O segmento de armazenagem também vem procurando acompanhar as necessidades decorrentes desse acréscimo de produção, com novas obras e ampliação das existentes.

Ao mesmo tempo, as empresas destinadas a dar amparo e sustentação às atividades agropecuárias da região, têm chegado de modo contínuo, permitindo que os produtores satisfaçam suas necessidades mais imediatas sem que tenham que buscar recursos muito distantes.

É claro que vários setores importantes no segmento ainda se encontram com espaço aberto para implantação de negócios, o que tem atraído especialmente para a região de Cerejeiras que congrega o maior polo de produção do Estado de Rondônia, novos empreendimentos, pois a classe empresarial sempre encontra-se antenada com as possibilidades de negócio e seus desafios.

Ocorre que o produtor tem vivenciado um problema sério que lhe abocanha, sem qualquer razão, parte expressiva daquilo que seria o seu lucro na atividade. O seu produto, seja milho ou soja, tem uma remuneração menor do que aquelas pagas no vizinho estado do Mato Grosso.

Abra-se um parêntese: esta parte do Mato Grosso exporta a produção pelos mesmos portos que os produtores de Cerejeiras o fazem: através de Porto Velho. Mas, como se sabe, os produtores mato-grossenses estão mais distantes do ponto de escoamento que seus pares cerejeiras. Mesmo assim, recebem mais pela saca do grão.

Tanto a Cargill como a Amaggi pagam pela saca de soja em Rondônia valor  bem inferior àquele pago por exemplo em Campo Novo do Parecis, região mato-grossense de grande produção, mas que fica 350 quilômetros de Vilhena, o que obviamente encarece o frete do produto até o terminal de Porto Velho, destino de toda a soja colhida naquela região.

A desculpa apresentada pelas traders é que o diferencial seria decorrente do frete, mas isto como vimos é falso pois de Cerejeiras até a BR-364, após 15 quilômetros de Vilhena rumo Porto Velho é de 110 quilômetros, o que resultaria em uma economia de 240 quilômetros até o Porto.

O fato irrefutável é que a produção do Mato Grosso utiliza os portos de Rondônia para o seu escoamento para exportação, ao tempo em que o produtor de Rondônia é penalizado com o preço, sem qualquer lógica e principalmente sem que as autoridades e os políticos se movimentam na busca de solução para o importante problema.

Alguns produtores afirmam que a ausência de outras empresas de porte no setor para a aquisição da produção é fator importante, pois inexistindo a concorrência, é mais fácil forçar o pagamento de um preço inferior. Nesta direção, uma das sugestões seria a atração para a região de outras empresas do segmento, como as gigantes Bunge, ADM, Louis Dreyfus, COFCO International, Gavilon, e Caramuru.

Outra opção a médio prazo seria a habilitação de cooperativas para realizarem a exportação direta da produção da região, mas o importante é que tal tema seja alvo de debate e que seja encontrada uma solução que não mantenha o produtor de Rondônia em evidente situação de prejuízo econômico.

Seja qual for a solução, uma coisa precisa ser colocada em evidência: espera-se que a iniciativa não venha de políticos, mas dos líderes do segmento.

rildo
rildohttps://noticiasdecerejeiras.com.br
Ajudo a promover o desenvolvimento por meio da comunicação.
Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais populares

Comentários recentes

Você não pode copiar o conteúdo deste site.