Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Pesquisa realizada na cadeia pública de Cerejeiras rebate preconceitos e aponta caminhos para as políticas públicas

Uma pesquisa, que é a segunda do gênero realizada na cadeia pública de Cerejeiras, que têm uma média de 160 detentos, destrói preconceitos, líquida mitos e pinta um quadro socioeconômico dos presos de Cerejeiras.

Assim é a pesquisa realizada pela Comunidade da Execução Penal de Cerejeiras (CCEPC), através de uma ação conjunta do órgão e com a Polícia Penal.

A pesquisa, intitulada “Muito prazer: Eu, apenado”, foi apresentada num evento no auditório do Ministério Público em Cerejeiras, no dia 18 de outubro, com a presença de autoridades e voluntários.

Dentre os dados da pesquisa está, por exemplo, a informação exata de quantos beneficiários do Auxílio Reclusão existem no presídio local (falaremos disso adiante).

Por exemplo, a pesquisa mostra que a maioria dos presos da cadeia pública em Cerejeiras tem idade média entre 25 e 40 anos.

Menos de 1% dos presos do município tem 60 anos ou mais de idade.

Mais da metade dos detentos se declaram evangélicos.

Um total de de 62,73% dos detentos que estão cumprindo pena no presídio de Cerejeiras têm filhos e 22% dos presos não recebem visita de ninguém no presídio.

Nenhum dos presos cerejeirenses tem curso superior completo.

Só 3% dos presos recebem auxílio reclusão em Cerejeiras, o que destrói o mito de que os detentos “ganham para ficar preso”. Lembrando também que, para receber o benefício, o preso tinha que estar contribuindo para a Previdência antes de ir para a prisão.

Sobre o uso de entorpecentes, 96,36% dos presos já experimentou algum tipo de droga antes de ir para a prisão em Cerejeiras.

Homicídio e tráfico de drogas são os dois crimes mais comuns que levaram os detentos para a prisão em Cerejeiras. 32,73% contra 21,82.

Após cumprir pena, 76,15% dos presos afirmam que enfrentam discriminação.

Uma porcentagem de 58,72% dos presos contaram somente com a assistência jurídica da Defensoria Pública. 

Sobre o perfil demográfico, 70% dos detentos são pardos, 19,9 são brancos e somente 10,91 são negros.

Com todos esses dados, o poder público e a sociedade civil organizada terão agora um cabedal de informações para definir ações de políticas públicas e iniciativas filantrópicas no sistema prisional.

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