No período de colonização da região sudeste de Rondônia, muito agricultores oriundos dos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo que para cá vieram em busca de uma terra para trabalhar e produzir, até por já terem conhecimento e experiência, se dedicaram ao cultivo da lavoura do café, que permitia inclusive que fosse plantados o feijão e o milho nas entrelinhas, enquanto a lavoura não estivesse fechada, possibilitando a garantia do sustento familiar.
Ainda durante a década de 90 a região de Colorado do Oeste, que também compreendia Cerejeiras, Cabixi e Corumbiara, era considerada uns dos polos produtivos de café do estado de Rondônia, com grande área plantada, e boa produtividade decorrente de suas férteis terras.
Com a vinda de um período de crise na cafeicultura, principalmente decorrente de baixa dos preços pagos ao produtor, houve uma mudança para a pecuária de leite e para a pecuária de corte, havendo uma substancial redução na área plantada de café.
O panorama hoje é completamente diverso, o café atualmente plantado em nosso estado é feito de forma adensada, daí porque em pequenas áreas se consegue produção muito superior a grandes áreas plantadas no sistema antigo, e a qualidade do café permite que seja obtido um preço especial e diferenciado.
O café clonal, decorrente de um trabalho árduo de qualificação e seleção genética, possibilita uma produção mais rápida, e maior produtividade, mas exige que a lavoura seja irrigada.
Houve um trabalho muito bem articulado entre as associações, os institutos de pesquisa, os viveiristas, os comercializadores, e atualmente o Robusta da Amazônia é um café valorizado, reconhecido e com acentuado valor agregado em todo o país.
Uma saca de café Robusta da Amazônia atualmente está valendo R$ 1.500,00, o que corresponde ao valor de uma boa bezerra desmamada, ou a 150 sacos de soja, o que convenhamos é uma excelente remuneração, principalmente quando se verifica que podem ser plantados 2, 4, 5 hectares para se obter uma renda excelente. Nesta linha, mesmo com uma redução do valor da saca, a rentabilidade por hectare, ainda segue sendo muito mais acentuada que outras culturas.
Rondônia atualmente tem 71.000 hectares de café, sendo que com uma produção de 225.000 toneladas, ocupa o 5 (quinto) lugar em produção no Brasil, mas estamos caminhando para sermos o quarto pois a Bahia que está nesta posição, tem uma produção de 232.000 toneladas, e estamos em franca expansão não somente em área plantada como também em produtividade.
O Brasil responde por 1/3 da produção mundial de café, atividade que gera e mantem 8.000.000 oito milhões de empregos no país, sendo que 50% da produção nacional ainda é oriunda do estado de Minas Gerais.
Os eventos que estão sendo realizados no Estado de Rondônia, buscam difundir novas técnicas, orientar o produtor a perseguir qualidade para o seu produto, e apontar caminhos para uma melhor comercialização, sendo que muitos cafés especiais de Rondônia já tem conseguido reconhecimento com premiação em eventos nacionais realizados em Minas Gerais, São Paulo e Espirito Santo.
Nossa produção não mais se limita a abastecer empresas de café solúvel ou com destinação a blends, mas já é exportada diretamente para a Europa e Ásia.
O consumo do café só tende a aumentar haja vista que na China e na Índia, ele está sendo incorporado agora aos costumes da população.
Em Cerejeiras, se encontra um ambiente muito propício e adequado para o desenvolvimento da cultura, seja pela riqueza das terras, pela existência de terra acidentadas que não são adequadas a produção de grãos, pela existência de grande número de chácaras e pequenas propriedades, daí porque a área de 40 hectares atualmente existente, deve ser multiplicada em breve.
Além de produtores tradicionais como o Sr. José Miranda na linha 4, novos empreendimentos estão surgindo no setor, com destaque para o projeto do Ricardo Dalazém, na linha 6, em Pimenteiras do Oeste, que utilizando de alta tecnologia, já tem implantados e na primeira florada cerca de 8 hectares e tem como meta uma área de 50 hectares, com desdobramento para o beneficiamento e empacotamento da própria marca, o que seguramente agrega muito em lucratividade.
Recentemente o Notícias de Cerejeiras promoveu a divulgação de um vídeo sobre o empreendimento da família Dalazém, que poderá servir de referência para todos os que se animem a ingressar nesta estimulante atividade. Assista aqui.
O conhecido Sandro Malta da Emater Cerejeiras, tem como meta expandir a cafeicultura da região e dar apoio técnico e orientações para os produtores, inclusive no tocante a fornecimento de mudas.
Ainda é importante lembrar que as instituições financeiras estão agregadas a este esforço estatal, viabilizando a aquisição dos equipamentos de irrigação assim como a formação das lavouras.