Domingo, Novembro 24, 2024
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Na região da soja e do milho, pequenos produtores hortifruti também dão show de produtividade

Ao contrário do que possa parecer, a região de Cerejeiras não é apenas um local de grandes produtores rurais de soja e milho.

Há na região uma infinidade de pequenos pedaços de terra, com variados tipos de cultura, que fomentam a economia cerejeirense.

O município possui 416 propriedades rurais dedicadas a soja e milho, segundo dados cadastrais do governo estadual de 2022. Dessas, pelo menos 400 propriedades podem ser consideradas médias ou grandes para os padrões locais, ou seja, são terras acima de 100 hectares, segundo os cadastros do ano passado.

Mas os números mais impressionantes vêm agora. Segundo dados de 2020 da Emater, o município de Cerejeiras tem 1.121 pequenas propriedades rurais – e aqui entram aquelas que não estão destinadas ao cultivo de soja e milho. Além destas terras na área rural, calcula-se que haja exatas 328 chácaras em torno da cidade, de duas hectares cada uma.

Segundo todos estes dados, existem um número maior de pequenas propriedades do que de grandes terras no município.

Mas talvez alguém possa pensar que as grandes propriedades ocupam uma proporção maior do município. A resposta é não. Pelo menos 60 por cento de toda á área territorial cerejeirense, ou até mais, podem estar ocupados com sítios e chácaras. Pelo menos esta é a estimativa de vários profissionais de assistência técnica que atuam em Cerejeiras.

Um exemplo de pequeno produtor que atua na região é o agricultor que mora na Linha B, do 3º para o 4º Eixos, no município de Cerejeiras. Rude Brandt e os filhos Vanderlei e Ederson Brandt cultivam, em sua pequena propriedade, culturas como abacaxi, banana, cupuaçu, urucum, dentre outras.

A propriedade, de 77 hectares ao todo, mas a maior parte está arrendada para outro produtor de soja e milho. O pouco espaço restante, de 9,5 hectares, está ocupado com variados tipos de culturas. A estrela da propriedade, porém, é o abacaxi pérola.

Cultivado no sistema orgânico, o abacaxi plantado na propriedade é sem indução de fertilidade ou uso de defensivos. Essa foi a escolha dos proprietários. “Decidimos pelo método mais demorado, que é adotar o processo da natureza, porque queremos entregar um produto de qualidade superior ao consumidor”, disse o jovem produtor Ederson Brandt. Apesar de parecer não compensar no curto prazo, o produto se tornou uma referência nos mercados na região de Cerejeiras, compensando o esforço da produção mais natural.

A planta demora 18 meses para dar o fruto depois de plantada. O plantio é feito com mudas e só produz um abacaxi por pé. Depois que dá uma fruta, a planta é arrancada e dá lugar a uma nova cultura, geralmente de outra espécie de cultivo, pois o abacaxi suga muito nutriente da terra e não é aconselhável o replantio logo em seguida na mesma área.

O abacaxi é uma cultura de alto valor agregado, sendo uma opção para os pequenos produtores. A produção é de 25.000 frutos por hectare. A um preço médio de R$ 2,50 por fruto, o abacaxi gera uma renda de R$ 62.500,00 por hectare por safra. O resultado é muito superior à soja, por exemplo, que dá uma renda por safra de R$ 5.000,00 por hectare ao ano.

São pequenos produtores como este que vai a região de Cerejeiras ser uma referência que vai além da soja e do milho.

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rildohttps://noticiasdecerejeiras.com.br
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