Os produtores rurais estão começando a ligar suas colheitadeiras na região de Cerejeiras.
A colheita da soja da safra de 2023 acaba de começar.
Os agricultores que semearam a oleaginosa mais cedo já estão colhendo o grão.
A expectativa é de uma safra com recordes de produção devido ao aumento da produtividade média e da incorporação de áreas ao cultivo da oleaginosa.
Mas esta colheita não será feita de somente boas notícias, infelizmente.
Uma anomalia, até agora desconhecida, surgiu nas lavouras de soja da região.
A doença se revela no final do ciclo produtivo, ou seja, muito próximo à colheita. Por isso, é tarde demais para combater a praga.
A principal característica sintomática da doença é a abertura de vagem. Com isso, o grão fica exposto e apodrece, perdendo peso e qualidade. Em outras palavras, perde valor comercial.
Técnicos e pesquisadores da região estão correndo contra o tempo para tentar encontrar uma solução para o problema. A única certeza até o momento, no entanto, é que não dará tempo para extirpar a doença ainda nesta safra.
Por outro lado, não se sabe qual será o percentual de perdas nas lavouras, uma vez que a infestação está em quase todas as propriedades, embora não de forma uniforme. Alguns técnicos chutam um número em torno de 5% as perdas totais na região nesta colheita.
Seja como for, a doença não impedirá o bom andamento da safra, embora, repita-se, seja de fato uma questão preocupante.
“Era para ter um aumento de produtividade média neste ano, devido ao incremento de tecnologia e adubação. Mas pode ser que essa anomalia destrua este aumento que devíamos ter nesta safra”, revela o agrônomo Diogo Lino, da Copama.
Se não contássemos com a presença desta doença, os produtores poderiam colher uma média de 80 sacas por hectare, maior que as 75 sacas por hectare na safra passada.
Por fim, outro ponto positivo é que os produtores rurais estão mais preparados para enfrentar as intempéries, como essa anomalia.
Boa parte dos agricultores da região de Cerejeiras estão engajados no cooperativismo, recebendo assistência técnica gratuita da Copama e tendo acesso às pesquisas independentes, de qualidade e atuais, inclusive sobre essa doença.
Em outras palavras, o produtor unido está em melhores condições de fazer uma safra próspera, mesmo em meio às condições adversas como a atual.